Coisas de outros tempos

Com o primeiro número editado a 11 de Fevereiro de 1977, tendo uma periodicidade quinzenal (era publicada às quintas-feiras), e passando mais tarde a mensal, a revista Música & Som tinha redacção sediada em Lisboa, sendo seu director António Luís de Mendonça, e um corpo redactorial onde se incluíam nomes como A. Amaral Pais, A. Duarte Ramos, que foi posteriormente director e que hoje possui um site com o mesmo nome da revista, João David Nunes, Jaime Fernandes, José Niza, entre outros, sendo muitos destes nomes personalidades conhecidas no panorama musical português, com ligações à rádio, o que augurava à publicação alguma qualidade nos textos e na cobertura das reduzidas iniciativas que iam tendo lugar no país, colmatando uma lacuna na temática a que se dedicava, já que pouco mais havia que se dedicasse exclusivamente à música, à excepção do Mundo da Canção, que saía para as bancas com uma periodicidade irregular.

Para além dos artigos dedicados a músicos, álbuns ou programas musicais na televisão, crítica de discos, possuía rubricas de cariz mais técnico, apresentava ainda algumas letras de músicas e um poster nas páginas centrais (que no verso chegou a apresentar um top de discos, a cores, com reproduções das respectivas capas).

A propriedade de Música & Som estava registada em nome de Diagrama - Centro de Estatística e Análise de Mercado, Ldª, e durou dez anos, extinguindo-se em 1987. Chegou a ter uma publicação complementar, intitulada Top Música & Som, entre 1978 e 1979. A partir do número 113, alterou o título para Video música e som.

Nesse primeiro número, a sua tiragem era de 30 mil exemplares, descendo para os 25 mil no quarto número.

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A revista Mundo da Canção, que era propriedade da Tipografia Aliança, sediada no Porto, teve o seu primeiro número editado em Dezembro de 1969, tendo durado até ao número 67, datado de Julho de 1985, voltando a surgir em 1991, já noutros moldes, com edições anuais.

Durante os 17 anos da sua existência, foram vários os seus directores, nomeadamente Avelino Tavares, José Viale Moutinho, António Vieira da Silva, António José Campos e Mário Correia. Até ao 25 de Abril de 1974, teve diversos problemas com a censura, à qual chegou a ter que submeter previamente os conteúdos a editar, como todas as outras publicações portuguesas, chegando a ter um dos seus números aprendido pela polícia política, a PIDE.

Em 1971, um editorial da revista assinalava que o «MC não aconteceu por acaso mas sim por uma convicção forte e baseada num pensamento que se julgou e se constata colectivo. Não se faz para determinado público, é concebida para todos. Usamos uma linguagem directa, sem eufemismos nem subterfúgios: negro é negro, encarnado é encarnado. Adoptamos uma atitude crítica: propomo-nos à crítica e, implicitamente, somos matéria crítica.»

Pelas páginas do Mundo da Canção passaram imensas reportagens, entrevistas com músicos portugueses, pretendendo ser interventiva no panorama musical português, e divulgar novas correntes musicais, estando também atenta aos ainda poucos eventos musicais que por cá iam acontecendo. Para se ter uma ideia dos artigos então publicados, poder-se-á encontrar aqui uma cronologia da sua existência, uma lista dos numeros editados, as respectivas capas, e alguns dos artistas e grupos que foram objecto da sua atenção.

No ano de 2006, foi publicado um primeiro volume com algumas dessas entrevistas, e estreado um site relativo à loja de discos e editora.

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Decana das publicações sobre televisão em Portugal, mais especificamente sobre a programação dos canais então existentes, que se limitavam ao primeiro e segundo canais, ainda na fase a preto e branco, a Tele Semana, revista semanal dos programas da TV, surgiu em Janeiro de 1973, e terá durado até 1979, segundo os dados que consegui obter.

Como o título indicava, era uma publicação semanal, que saía às sextas-feiras, e que trazia a programação dos dois canais estatais, bem como uma série de artigos sobretudo sobre as figuras que apareciam nos programas produzidos pela RTP (não havia então produtoras privadas), ou ainda sobre as séries ou os filmes que eram apresentados.

Possuía ainda uma secção de passatempos, e continha alguns cupões para os potenciais candidatos a concursos televisivos.

Tinha inicialmente um formato reduzido, com cerca de 18 centímetros de altura, passando posteriormente para um formato maior.

Detentora do monopólio no género, só bastante mais tarde viu surgirem outras publicações similares, como foi o caso da TV Guia, surgida em 1979, a Tele Guia, cujo primeiro número data de 1992, ou, mais recentemente, o Guia TV Cabo (1995).

Era propriedade da Ediguia, sendo seu director Rui Ressurreição.

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