Coisas de outros tempos

Depositório de imagens (e alguns textos) de coisas várias

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Companhia de Moçambique

A Companhia de Moçambique foi fundada em 1888, possuindo a soberania sobre uma boa parte do território deste país, numa concessão de 25 anos, pouco tempo depois alargada para o dobro.

Para além de encarregada de explorar o território, de construir vias de comunicação, quer se tratasse de linhas férreas ou de estradas, para além de escolas ou hospitais, esta empresa de cariz colonial ajudava à instalação de novos colonos e fornecia mão de obra à África do Sul.

Depois de se tornar numa sociedade, emitiu acções para o mercado bolsista, principalmente cotadas no estrangeiro, nas bolsas de Londres e Paris, e foi obrigada a manter sede em Lisboa e a possuir uma administração totalmente composta por portugueses, de entre os quais se contam Paiva de Andrada, João Serpa Pinto, Augusto de Castilho, Oliveira Martins, entre outros.

Como podemos observar, chegou a emitir moeda própria, sob a forma de libras esterlinas, em estreita ligação com o Banco da Beira. Muito mais informação sobre esta Companhia de Moçambique (e muitas imagens) pode ser encontrada neste blogue, de onde retirámos a que aqui consta.












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sábado, fevereiro 11, 2006

A Gillette


Uma das grandes invenções de carácter mais prático para os homens (e de que muitas mulheres também se apropriaram), foi, sem dúvida, a Gillette. A sua patente foi registada e atribuída a King Camp Gillette a 15 de Novembro de 1904.

O seu inventor havia sido caixeiro viajante após o Grande Incêndio de Chicago de 1871, e a ideia de um dispositivo de barbear com lâminas descartáveis, baratas e que garantissem segurança aos seus utilizadores surgiu-lhe em 1895, enquanto se barbeava, conta a história, com uma navalha de barba que possuía uma lâmina pesada, perigosa, e que necessitava de ser frequentemente afiada numa tira de cabedal.

Durante anos, Gillette debateu-se com especialistas, que lhe garantiam que não seria possível fabricar uma lâmina de aço que, além de resistente, fosse suficientemente fina e barata para obter sucesso no fabrico em série. Mas, em 1901, um recém licenciado pelo MIT, de seu nome William Nickerson, concordou com Gillette em tentar fabricar tal material, o que só se veio a concretizar em 1903. A partir daí surgiu a American Safety Razor Company, logo depois renomeada Gillette Safety Razor Company, em honra ao seu inventor, sediada em Boston, e as suas vendas começaram a aumentar gradualmente. Durante a Primeira Guerra Mundial, o goveno norte-americano abasteceu as suas tropas com três milhões e meio de máquinas e trinte e dois milhões de lâminas, garantindo assim um sucesso estrondoso destes dispositivos. Uma das suas mais famosas concorrentes, a Schick, patenteada por Jacob Schick, só surgiria nos anos vinte.






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sábado, fevereiro 04, 2006

Os Cadernos Coloniais

Publicados entre 1935 e 1941, pelas Edições Cosmos, num total de 70 números, os Cadernos Coloniais (de que aqui indicamos a ligação para o primeiro número na base de dados da Biblioteca Nacional) constituíram um dos expoentes da literatura dedicada ao império colonial português, abrangendo as mais diversas regiões (colónias) que formavam o território de Portugal, nas suas mais diversas vertentes (continental, insular e ultramarino, como então se dizia).

Foram diversos os temas focados, desde as campanhas de conquista de territórios e as reacções portuguesas às rebeliões, sempre tratadas com dureza e como tentativas infrutíferas e condenadas ao fracasso por se tratarem unicamente de ameaças à integralidade da nação (estávamos ainda longe da eclosão da guerra colonial), passando por diversos aspectos da colonização e de algumas das figuras a ela associadas, como ainda por aspectos étnicos, culturais e religiosos, sobretudo do continente africano, ao qual foi dedicada a maior parte dos pequenos volumes, não esquecendo, todavia, a Índia, Macau e Timor.

Estes cadernos, de formato reduzido (cerca de 18 x 12 cm, aproximadamente), possuíam cerca de 40 páginas, e foram até editadas capas para a sua encadernação. Alguns dos números tiveram mais do que uma edição ao longo dos anos, mas a colecção acabou por ser terminada pelo «desinteresse sempre crescente que, por parte do público, tem sido prestado a esta colecção», a que se aliavam os custos de impressão, como alegaram os editores no último número, pese embora o facto de assinalarem também a projecção da colecção e as suas boas tiragens.














Imagem do caderno nº 20















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