Coisas de outros tempos

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quinta-feira, abril 28, 2005

A Pharmacopeia geral


Ao que dizem os entendidos, os primeiros registos da profissão de farmacêutico em Portugal datam do século XIII, com os primeiros boticários, se bem que muitas vezes fossem os perfumistas quem se encarregava da venda de produtos utilizados na confecção de medicamentos.

Data de 1338 o primeiro diploma que se refere à profissão de farmacêutico, e no século XIV promove-se a vinda de boticários de Ceuta, sendo que só em 1461 se regulamenta a separação entre a esta profissão e a de médico, havendo já referência datada de 1326 a mulheres boticárias.

Com as viagens marítimas portuguesas para Oriente, a profissão de boticário tem um dos mais ricos períodos da sua história, destacando-se os nomes de Tomé Pires, autor da Suma Oriental e do médico Garcia de Orta, autor do Colóquio dos Simples e Drogas e Coisas Medicinais da Índia, publicado em Goa em 1563, em que destaca as propriedades terapêuticas de muitas plantas medicinais.

No século XVIII, diversos naturalistas que se haviam formado na Universidade de Coimbra empreendem expedições científicas ao Brasil e a África, mas foram sobretudo os colonos, os missionários, os militares e os viajantes que trouxeram consigo a informação que veio enriquecer o conhecimento da utilização das plantas no tratamento das enfermidades.

Só em finais do século XVII e princípios do século XVIII é que a comunidade médica portuguesa começou a aceitar a utilização de medicamentos químicos, o que se veio a reflectir na Farmacopeia Lusitana, de 1711, muito embora a farmácia conventual fosse já reconhecida como importante no desenvolvimento desta ciência no nosso país.

Só em 1794 é que surge a primeira farmacopeia oficial, a Farmacopeia Geral, de Francisco Tavares, professor na Universidade de Coimbra, mas a primeira a ser elaborada por uma comissão de médicos, farmacêuticos e químicos foi a Farmacopeia Portuguesa de 1876, que apenas viria a ser substituída em 1935.

Existe um interessante artigo sobre a história da farmácia em Portugal da autoria de José Pedro Sousa Dias, professor da Faculdade de Farmácia de Lisboa, na página da Ordem dos Farmacêuticos.

A obra aqui apresentada é a edição de 1824 da Pharmacopeia Geral para o Reino, e Domínios de Portugal, publicada por ordem da Rainha Fidelíssima D. Maria I, e contém, nos seus dois volumes, a descrição de plantas e drogas que podem ser utilizadas na terapêutica das doenças, estando esta dividida em duas partes, uma primeira de Materia Pharmaceutica, ou dos medicamentos Simplices, e uma segunda acerca dos Medicamentos Preparados e Compostos.



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